Caros leitores,
O viés é ruim; simples assim. Aconteceu, com a mudança de governo, uma reestruturação no ministério da agricultura e dentro dessa reestruturação a CEPLAC também foi requalificada; é algo que aconteceria de qualquer jeito. Até esse ponto não há mérito para ninguém, faz parte da liturgia na mudança de governo e ponto final. Infelizmente na burocracia do estado o que se achou para ser usado como parâmetro para a CEPLAC foram coisas ruins, daí, o viés ser ruim.
Na estrutura do ministério ligada a –note bem, assunta- inovação, desenvolvimento rural e irrigação, temas caríssimos à cacauicultura moderna, está a CEPLAC. Nada de errado. O erro está nas atribuições: “desenvolvimento da cacauicultura e sistemas agroflorestais associados.” Trocando dos graúdos para os miúdos é simples entender, essa infelicidade joga para a inviabilidade do cacau cabruca. Na burocracia do estado não existe nada além do cacau cabruca; foram trinta anos de doutrinação. Pode escarafunchar o tanto que quiser, nada achará. Aconteceu por osmose! O atual governo foi induzido ao erro, coisa que não é novidade afinal na CEPLAC só tem ninja; o ex-governador da Bahia Dr. Paulo Souto, reconheceu, na sede do sindicato rural de Ilhéus, que errou no plano de recuperação da cacauicultura porque foi induzido ao erro pela CEPLAC (esse vídeo está disponível no You tube). Ele confiou na CEPLAC e a CEPLAC entregou um plano de recuperação que invariavelmente não funcionaria; de fato não funcionou.
Cada qual com o seu tal faz o seu qual. O jogo é somente para si. Coisas aparentemente incompreensíveis ficam claras no acontecer do fato. Mandei dentro do prazo legal o assunto que eu trataria na reunião da câmara setorial do cacau, era sobre a Curadoria. Quando questionei a secretaria da câmara o motivo da não inclusão na pauta, a resposta foi simplista: “não recebi o e-mail”. Simples, nada podia sujar a trama; o assunto tinha de ficar limpo e unanime. Vale lembrar o fato dos dois votos contrários a mudança de nome da câmara que sumiram da ata! Um escândalo! Um vergonhoso escândalo! Neste pensamento não pode existir diferentes opiniões; pensar diferente suja as coisas, tudo tem de ser unanime. Sendo unanime não existe a precisão de explicações e para não ter de explicar nada tudo é válido; vale sumir com a ata da reunião; vale esconder (até hoje a ata não foi publicada); vale apresentar o trabalho do IICA como aprovado pelos cacauicultores, mentindo descaradamente; vale alardear que todas as lideranças da cacauicultura podem relinchar o que quiser que o que vale é os conchavos feitos por debaixo do pano, em Brasília; vale tudo, tudo mesmo. A única coisa que não vale nada é o cacauicultor. É difícil jogar esse jogo, a mesa está viciada, tem muito talco por baixo do pano e o cacauicultor ao tentar uma tacada sempre encontra uma sinuca de bico. Na reestruturação do ministério, a situação da CEPLAC ficou como está porque esta era a única opção conhecida; faltou opção.
Se a vida lhe deu um limão, faça uma limonada. Acredito ser este o desafio do próximo diretor geral da CEPLAC, fazer uma limonada. Continuando com as coisas como estão, o fracasso é certo –o Conselho Consultivo dos Coronéis, curador do prêmio “Burralidade do Ano” agradece, o trabalho será menor. Acontecendo do diretor geral, tender para o lado podre, – lembre isso não é fato novo, no passado aconteceu- o fracasso será lento e penoso; a história varrerá seu nome para o lixo e a cacauicultura continuará bordejando. Não será fácil fazer a limonada, é trabalho para um exorcista.
O cacauicultor tem uma grande ferramenta e pode participar de tudo: a internet. Essa maravilhosa invenção, tornou o mundo em micro mundo; tudo é perto e instantâneo. Ontem assisti na TV, algo só possível graças à internet, ao mundo virtual. A história da design criadora de um inovador e bonito biquíni. Quem poderia imaginar de uma vendedora de biquíni na praia, ser a autora de tão graciosa peça. A transparência proporcionada pela internet é algo assustador, quem não se adaptar, sucumbirá. Não dá mais nem para mentir para a mulher, dizer que vai para a fazenda e cair na farra; as câmeras de segurança, ou o GPS do carro, ou o localizador do celular, ou o diabo lhe entregará. A mudança chegou, é para todos, quem não embarcar ficará para trás. A transformação é destruidora e criadora, veja o que aconteceu com a nota fiscal eletrônica, uma leva de velhos comerciantes não se adaptaram e serão varridos. De nada adianta o cacauicultor ouvir histórias de coisas que jamais chegarão à porteira da fazenda. A mudança na CEPLAC tem de ser pautada na total transparência e na contextualização das querências dos cacauicultores. Rumo a uma cacauicultura moderna e produtiva.
Cordiais saudações,
Coronel Xela.